A importância das florestas para comunidades afro e indígenas na Colômbia
É importante conhecer a visão das comunidades para se ter uma idéia mais profunda sobre o que representam os bosques e o que fornecem para as famílias que habitam neles.
Através dos projetos de REDD+, cujo objetivo geral é contribuir para a Redução das emissões de Dióxido de carbono provenientes de Desmatamento e Degradação de Florestas, as famílias étnicas na Colômbia também foram encontradas dentro de implementação de ações destinadas a melhorar as condições e a qualidade de vida, bem como garantir a posse da terra, fortalecer a governança territorial e promover a equidade de gênero.
T1: Comunidades protetoras da floresta
Atualmente BIOFIX conta com sete projetos em execução, onde participam 24 comunidades que cuidam e protegem as florestas em que vivem. Estas comunidades estão divididas em 16 Resguardos Indígenas dos povos sikuani, pela, puinave e curripaco localizados nos departamentos de Vichada, Guainía e Guaviare e 8 Conselhos Comunitários localizados nos departamentos de Chocó, Cauca e Valle del Cauca. Assim como uma iniciativa de mitigação desenvolvida por proprietários de caráter privado.
Os líderes destas comunidades estão comprometidos com a conservação dos territórios em que habitam, em forma de agradecimento por todos os benefícios que podem obter de florestas.
T2: Por que são importantes as florestas para essas comunidades?
T3: Para os Conselhos Comunitários
Para Filipa Silva, presidente do Conselho Comunitário Mais de Juradó, Os Marlin, e parte da comunidade pertencente ao Projeto COCOMAN FRONTEIRA REDD+ localizado em Novita e Juradó, Chocó, as florestas são um ecossistema bonito e são significativos para a sua comunidade.
"Há muitas árvores que servem de habitat a variedades de espécies de animais e que também servem para a subsistência do ser humano. Por isso, estamos comprometidos com o cuidado, a proteção e o uso razoável".
Túlio Antonio, Representante Legal do Conselho Comunitário de Nóvita, Chocó, também faz parte deste projeto e, para ele, "A floresta é proteção, é saúde, é uma fonte de vida que nos permite respirar ar fresco, para preservar os nossos rios e viver em um clima agradável. A floresta realmente é tudo".
Outro projeto de REDD+ desenvolvidos em Chocó, pontualmente em Bahia Solano e Juradó, é GOLFINHOS CUPICA REDD+; Gustavo Palácio, um dos membros deste projecto e Coordenador da Mesa do Território do Conselho Comunitário Golfinhos, afirma que as florestas são vida, pois: "nele vivem inúmeras espécies, das quais extraímos algumas para a nossa alimentação. Da floresta tiramos lenha para cozinhar os alimentos e retirar todos os materiais para construir nossas casas. Na floresta fazemos atividades culturais e observação de espécies. A floresta para nós significa tudo".
O Representante Legal do Conselho Comunitário Cupica, Isaque Galvão, e que também faz parte deste projeto, diz que, para ele, as florestas têm um significado cultural profundo. "Para nós, a floresta, é vida, é saúde, é a sobrevivência e a cultura. A floresta significa recursos naturais e econômicos".
Para Felipe Angulo Sanclemente, Representante Legal do Conselho comunitário do Rio Naya, pertencente ao Projeto NAYA REDD+ em Buenaventura, Vale do Cauca, a floresta vai além do espaço para tirar madeira e fazer uso de outros recursos. "É o espaço de vida, faz parte da alegria e da liberdade das comunidades".
T3: Resguardos indígenas
Fernando Suárez, Cabildo Governador e Representante Legal do Resguardo Indígena Saracure, Rio Cadá, e membro do Projeto KALIAWIRI REDD+ em Cumaribo, Vichada, assegura que: "A floresta representa um importante ecossistema e é uma fonte, onde o homem utiliza os recursos de acordo com suas necessidades".
O projeto BANAKALE REDD+ em Tuparro e a Planície, Vichada, Ruth Zuluaga, que para além de ser parte deste projeto pertence ao Abrigo Santa Teresita da etnia Piratupuyo, em nome de sua comunidade, afirma que:
"Para nós, as florestas são importantes porque geram oxigênio, geram vida, já que aqui podemos extrair algumas plantas medicinais, árvores frutíferas e madeiras que servem para o aprimoramento de nossas casas".
Por esta razão, este povo indígena apoio para a conservação, recuperação e restauração destas florestas.
Felipe Wilson Arias, Cabildo Governador do Resguardo Indígena Da Planície, comunidade autônoma pertencente a este projeto, assegura que: "As florestas significam um meio de subsistência porque produzem oxigênio e estamos interagindo com a mãe terra". Além disso, ele afirma que: "por isso, como povos indígenas, somos parte da natureza e somos florestas".
Anderson Galvão, Gaitán do Recibo Rio Buco e Guarrojo, da comunidade Terra Branca, pertencente à etnia Sikuani e membro do projeto PALAMEKU KUWEI REDD+ no Cumaribo, Vichada, diz que a sua comunidade defende e protege as florestas em seu território, porque é isso que aprenderam de seus antepassados:
"É um legado que nos deixaram os nossos pajés, pais e avós e por isso nós continuamos com a proteção de florestas, porque são o sustento da terra e porque, sem florestas e sem água não podemos viver".
Finalmente, para Esaú Ramírez Castro, Representante Legal do Resguardo Indígena Morichal Velho, Santa Rosa, entre outros, onde se desenvolve o projeto YAAWI IIPANNA REDD+ as florestas representam o território onde vivem e como se relacionam com a natureza:
"É o que nos herdaram milenariamente nossos ancestrais. Para nós são muito importantes para os bosques porque é onde encontramos a medicina tradicional e o alimento".