O papel da mulher indígena na conservação de florestas
Desde 1983, a cada 5 de setembro comemora-se o Dia Internacional da mulher indígena, uma data em que se presta uma homenagem a todas as mulheres que guardam as tradições ancestrais e os recursos de suas comunidades.
Qual é a história desta celebração?
De acordo com a ONIC (Organização Nacional Indígena da Colômbia), este dia foi estabelecido como o Dia Internacional das Mulheres Indígenas em homenagem à luta de Bartolina Sisa, indígena Aimara assassinada brutalmente em 1782, que representava a resistência indígena contra a colonização espanhola.
Historicamente, simboliza o pensamento de milhares de mulheres indígenas, que deram a vida pela dignidade e o reconhecimento de seus direitos e o dos povos indígenas.
Como se envolve com a mulher indígena em Projetos de REDD+?
Os projetos de REDD+, que têm por objetivo contribuir para a Redução das Emissões de Dióxido de carbono provenientes de Desmatamento e Degradação de Florestas, também buscam o bem-estar social, a melhoria da qualidade de vida das comunidades e promover a equidade de gênero.
Todos os projetos de conservação, desenvolvidos por BIOFIX em conjunto com comunidades étnicas sob a metodologia REDD+, contam com linhas de ação de impacto social, em que a mulher indígena ou afro cumpre um papel importante de participação.
Principalmente, em projetos que se movem com Resguardos Indígenas nos departamentos do Vichada e Guaviare, as mulheres conseguiram ter uma participação ativa e foram criados espaços para ouvir a sua voz e tomar decisões.
Ainda há um longo caminho a percorrer na participação feminina dentro dos povos indígenas, já existem protectores vinculados a projetos de conservação que buscam fazer com que a mulher tenha a mesma participação que os homens para estabelecer a igualdade de gênero dentro de suas comunidades.
Mostra disso são os projetos YAAWI IIPANA REDD+, PALAMEKU KUWEI REDD+, BANAKALE – ISIMALI REDD+ E KALIAWIRI REDD+, que contam com mulheres para o avanço dos diferentes projetos que são realizados em cada recibo, lembrado sempre que a mulher pode participar de qualquer atividade que se realize.
Ainda há que continuar a trabalhar para que, no futuro, a voz feminina tenha a mesma força em todas as comunidades indígenas. Por isso, hoje, fazemos uma homenagem especial às mulheres que trabalham fortemente por cuidar e proteger as florestas e os costumes de suas comunidades nos projetos de REDD+, e por representar a harmonia entre a sociedade e a natureza.
"A participação na tomada de decisões no recibo é igual, sempre igual e a opinião da mulher é respeitada".
Ana Elsa Ponare Bonilla do Resguardo Indígena Santa Teresinha do Tuparro do Projeto BANAKALE – ISIMALI REDD+
"As mulheres já estão se organizando para a formação de uma assembleia de mulheres, para que elas comecem a projetar o que precisam e o que querem, e eu como Cabildo quero que a participação das mulheres seja mais ativa".
Wilson Arias Gaitán, Cabildo Governador do Resguardo Indígena Da Planície, pertencente ao Projeto BANAKALE – ISIMALI REDD+.
"Antes, não havia participação das mulheres dentro do abrigo, agora sim você vê a participação da mulher nos cenários e na tomada de decisões".
Beatriz Ponare do Resguardo Indígena Santa Teresinha do Tuparro do Projeto BANAKALE – ISIMALI REDD+
"Ainda temos dificuldade para falar nas reuniões, porque é muito difícil mudar as coisas em pouco tempo, mas estamos trabalhando para melhorar, porque quando falamos dos homens respeitam nossas opiniões".
Gilma Cariban Mancipe do Resguardo Indígena Da Planície, pertencente ao Projeto BANAKALE – ISIMALI REDD+.